tag:blogger.com,1999:blog-141708212024-03-08T01:56:34.046-08:00.desalento. [ v? ]http://www.blogger.com/profile/00699957615820467644noreply@blogger.comBlogger53125tag:blogger.com,1999:blog-14170821.post-65188876103634974152012-02-22T07:23:00.000-08:002012-02-22T07:24:13.631-08:00Fora do TomVocê me diz que ando assim, meio fora de tom<br />Que minha voz te destempera a harmonia,<br />que o meu falar te descompassa o dia<br />e que nesse andamento o fim da dança vai<br />se dar com outro alguém<br /><br />Você me diz que ando assim, meio fora de tom<br />Que já não ando mais na linha<br />Que preciso a vida afinar<br />Porque meu grito enrouqueceu<br />quando da manhã fez-se breu<br />e teu peito emudeceu<br /><br />Você me diz que ando assim, meio fora de tom<br />para não colorear o som<br />pois já não há mais brilho na pintura<br />e que eu não caibo no enquadro<br />das tuas obras futuras<br /><br />Você me diz que ando assim, meio fora de tom<br />mas saiba você que já canto sozinho<br />e que em outros cantos encontrei lugar<br />E que esse teu tom...<br />não me deixa menor.. [ v? ]http://www.blogger.com/profile/00699957615820467644noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-14170821.post-41846228173827774732011-06-12T17:25:00.000-07:002011-06-12T17:33:49.030-07:00- Você cheira a cigarros...<br />Foi então que respirei aliviado,<br />Ainda existia.. [ v? ]http://www.blogger.com/profile/00699957615820467644noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14170821.post-29151219698994663052011-03-20T08:31:00.000-07:002011-03-20T08:57:04.662-07:00Você VocêVocê,<br />Que me deseja bom o dia<br />Que me acolhe o despertar<br />e me adoça o café<br /><br />Você,<br />Que me sossega o fim do dia<br />Que me aquece a boca fria<br />E me alimenta de amor<br /><br />Você,<br />Que me entristece quando parte<br />Me aflige a saudade<br />e me desmorona em solidão<br /><br />Você,<br />Que ao lembrar-se do abandono<br />Quando torna, a cama orna<br />de brancura e paixão<br /><br />Você,<br />Que tantas vezes se entristece<br />Quando da noite a lua desce<br />E a comida amanhece de tanto esperar<br /><br />Você,<br />Que me toma para dança<br />Enquanto toda vizinhança<br />já se acomoda a sofrer<br /><br />Você,<br />Que do espinho faz a flor<br />Que das entranhas cria amor<br />E da vida faz um sonho bom. [ v? ]http://www.blogger.com/profile/00699957615820467644noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14170821.post-67548801931693798342010-09-15T07:20:00.000-07:002010-09-15T07:32:01.688-07:00Atonal CotidianoEstava tudo programado. O horário do trêm, o ponto de encontro, o caminho até a exposição, os prováveis quadros que seriam vistos e talvez até os tópicos a serem discorridos desprenciosamente durante a tarde ensolarada de segunda-feira. Estava tudo programado e posto à mesa como um dia dos mais quaisquer. <br /><br />Haviam se conhecido a pouco e ainda notava-se na fala o tom cauteloso de quem explora um território desconhecido e encantador, o cuidado de quem anda no escuro com os olhos bem abertos e curiosos. Seria um encontro comum para quem ainda está por se conhecer, mas as forças mitológicas do deus das travessuras e da trapaça, Loke, pareciam crescer em torno da tarde e conspirar contra o que lhes parecia tão cotidianamente conveniente. Seria um gozo ver algo tão simples se esvaindo por entre as alamedas dos desencontros. <br /><br />Trocavam passos calmos e orientados quando o solo se desfez e da previsão fez-se ausência: Todas as portas se fechavam ruidosas em face dos dois desconhecidos, suas expectativas se desvaneciam como dentes de leão ao vento. <br /><br />Mas em meio as gargalhadas de Loke deu-se o improvável: Esqueceram-se os dois das imposições divinas e riram ao léo, despreocupados já com o que haveriam de ser. Sem se darem conta, soavam atonais e unissonos sobre o concreto da cidade. Languidos formavam uma só massa de alegria e cumplicidade. <br /><br />O deus, frustrado, proferia impróprerios e os transeuntes não entendiam de onde vinha toda a felicidade que os dois difundiam pelas ruas, em plena segunda-feira. Desdenhavam talvez por ainda terem os corações muito pequenos para compreender.<br /><br />O mundo se fez novo e os desconhecidos optaram por serem inomeáveis. Já não importava o que eram. Descobriram um novo afeto no coração do caos e pela primeira vez depois de muito tempo, o globo giratório terrestre parecia girar corretamente dentro de sua órbita desorientada. As pilherias de um eram o abrigo do outro. <br /><br />A noite finalmente repousou seus olhos no par e o luar resolveu reverenciar a graça mundana. Cantavam, caminhavam e careciam do toque um do outro, de mãos que se encontram e desencontram, de abraços que se cruzam e descruzam. Continuaram a caminhar e quando menos perceberam o dia havia acabado com a mesma rapidez que se formara. Se dirigiram então a lados opostos e deixaram suas sortes para o vir a ser que lhes aguardava, felizes.. [ v? ]http://www.blogger.com/profile/00699957615820467644noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14170821.post-5593638580164047862010-07-07T07:40:00.000-07:002010-07-07T07:43:38.071-07:00Findos anosTenho em mim a insasetez <br />De quem descobre a verdade,<br />E a perde...<br /><br />Olho por entre as frestas <br />De minha janela garôa<br />E apenas sinto.<br />Sinto o peso da existência<br />Dos que já despertaram <br />Para muitas primaveras<br />E se recolheram <br />Para o branco inverno,<br /><br />Vivi em fragmentos<br />Rapidamente<br />Como um estopim <br />Que se alastra <br />Pelas redes mundias<br />Envadindo madrugadas alheias<br />Sem pedir benção ou permissão,<br />E com experiências tantas<br />Que talvez tenha me perdido<br />E não mais me queira,<br /><br />Ando com o senso<br />De quem bate à porta<br />Para deixar o lar...<br />Vivo um caos frenético<br />E me entrego aos anos<br />De quem já os deixou de contar.... [ v? ]http://www.blogger.com/profile/00699957615820467644noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14170821.post-22976875084441547152009-12-24T09:41:00.000-08:002009-12-24T09:46:23.058-08:00Para uma menina...Porque você é uma menina com três gérberas e me acorda cantando melodias tão doces que até o sol desce do seu altar e afasta as nuvens para ouvi-la cantar. E aí ficamos os dois marcando tempo na cama até tarde do dia, sorrindo e mordendo o riso para fazer inveja à cidade e sua rotina garoa.<br /><br /> <br /><br />E porque você é uma menina com três gérberas e chorou no show de rock em cima dos meus ombros (literalmente!) e viu as pupilas do nosso herói brilharem ao te ver, como as minhas brilham quando você me chama de Bonito. E porque você, quando sonha que não te amo mais e te troco por outra, acaba ficando toda receosa do meu bem-querer e fica blasé até eu dizer nos seus ouvidos que te amo e fazer cócegas na sua barriga. E porque você usa aquele vestido azul de gola rulê que eu adoro e que te deixa com a ar mítico de menina-mulher. E porque você tem um semblante que é a materialização da paz e da leveza, com seu sorriso arco-íris e seu riso macio.<br /><br /> <br /><br />E porque você é uma menina com três gérberas e tem um andar feminino que faz com que os homens na rua caiam deslumbrados em desejo. Mas só eu sei que isso é pose sua e que em casa você vive esbarrando nos móveis quando está atrapalhada. E porque você não tem um ursinho chamado Nounouse, mas ganhou de natal um cachorrinho chamado Leonardo ( que em verdade deveria se chamar Gustavo, mas como esse é o nome de um nosso amigo muito petitico, achei por bem livrá-lo do risco!) que será seu confidente na minha ausência. Só não espere apoio integral quando brigarmos e você, muito revoltada e zangada, proferir impropérios a meu respeito, porque ele também é muito meu chapa.<br /><br /> <br /><br />E sendo você uma menina com três gérberas eu te perdôo por não ter prestado atenção quando em um show te cantei “bonita” do Tom, e você ficou toda confusa quando te olhei azedo do palco, achando que eu queria mais cerveja. E porque quando você fica triste e engole lágrimas secas, tenta fazer cara de apresentadora de tele-jornal, mas não consegue erguer o sorriso nem até a metade. E eu sei que quando você faz isso é para me poupar e não me preocupar, mas te peço que me tenha sempre que necessário como seu fiel escudeiro e me deixe compartilhar também as horas de pranto, quando ele lhe bater a dor.<br /><br /> <br /><br />E porque você é uma mocinha que ganhou gérberas três vezes esse mês, afinal de contas, as primeiras o gato comeu e as outras já morreram de velhinhas. E porque eu me acostumei a ser seu travesseiro e dormir em nó com você. Ah, se soubesse você a imensidão insuportável que se torna uma cama nas noites solitárias de ti. Até os cobertores se enternecem e, piedosos, tentam cobrir o vazio...Mas lhes falta o calor dos seus abraços.<br /><br /> <br /><br />E já que você é uma linda mulher com três gérberas e eu acabei de deixar seu apartamento de uma noite de sexta feira que repousei na memória e no coração, eu resolvi brincar de ser Vinícius de Moraes porque sei o quanto te agradam as histórias e melodias desse nosso compadre de cabeceira. Já parece que faz uma copa do mundo que desci o elevador do seu prédio depois de ter dormido tão pouco por passarmos a noite inteira nos amando e matracando. Aposto que o porteiro ainda deve estar tentando decifrar o sorriso de desbunde com que saí para a manhã de sábado. E eu te gosto tanto assim porque sei que fazemos bem um para o outro e você é a minha bonita, minha cantora vespertina, minha amiga querida, minha fazedora de delícias gastronômicas, minha roqueira very crazy, minha doce bossa, meu sambinha feliz, minha amante, minha companheira, minha implicante, minha consciência, e sobretudo, porque você é uma mulher incrível com três gérberas.. [ v? ]http://www.blogger.com/profile/00699957615820467644noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-14170821.post-61600878697576669272008-12-18T18:48:00.000-08:002008-12-18T18:49:26.575-08:00Amiga<span style="font-weight:bold;">Amiga</span><br /><br />-Mamãe, trarei uma amiga aqui em casa!<br />Dizia eu quando queria amar.<br /><br />Mamãe e eu nos entediamos<br />Num silencio nebuloso,<br />Amiga e amante nunca foram de certo<br />Amores em comum...<br /><br />A amizade era recebida em meu portão,<br />Levada até o quarto,<br />E de portas fechadas<br />Existia intensamente por debaixo de meus lençois!<br /><br />A música flutuava e penetrava os sentidos,<br />Abafando todas as melodias desesperadas de amor...<br /><br />Saíamos rubros de desejo...<br />Mal olhávamos o julgamento nos olhos,<br />Partíamos para a porta, <br />E nos despedíamos,<br />Assim...<br />Como bons amigos.. [ v? ]http://www.blogger.com/profile/00699957615820467644noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14170821.post-34721834433619216572008-12-17T12:12:00.000-08:002008-12-17T12:13:37.050-08:00Angústia<br /><br />Ela vem de leve e<br />Vai levando o<br />Vazio velado<br /><br />Lava o véu e<br />livras lágrimas<br />levadas ao léo<br /><br />Só quero que deixe <br />Que seja cedo,<br />Silenciando o sentido,<br />Desfalecendo o falado...<br /><br />De onde você vem?. [ v? ]http://www.blogger.com/profile/00699957615820467644noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14170821.post-28536012620469382682008-12-01T18:37:00.000-08:002008-12-01T18:45:59.243-08:00<meta name="ProgId" content="Word.Document"><meta name="Generator" content="Microsoft Word 11"><meta name="Originator" content="Microsoft Word 11"><link rel="File-List" href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CVitor%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtml1%5C01%5Cclip_filelist.xml"><!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:view>Normal</w:View> <w:zoom>0</w:Zoom> <w:hyphenationzone>21</w:HyphenationZone> <w:punctuationkerning/> <w:validateagainstschemas/> <w:saveifxmlinvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:ignoremixedcontent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:alwaysshowplaceholdertext>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:compatibility> <w:breakwrappedtables/> <w:snaptogridincell/> <w:wraptextwithpunct/> <w:useasianbreakrules/> <w:dontgrowautofit/> </w:Compatibility> <w:browserlevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel> </w:WordDocument> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <w:latentstyles deflockedstate="false" latentstylecount="156"> </w:LatentStyles> </xml><![endif]--><style> <!-- /* Style Definitions */ p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal {mso-style-parent:""; margin:0cm; margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:12.0pt; font-family:"Times New Roman"; mso-fareast-font-family:"Times New Roman";} @page Section1 {size:595.3pt 841.9pt; margin:70.85pt 3.0cm 70.85pt 3.0cm; mso-header-margin:35.4pt; mso-footer-margin:35.4pt; mso-paper-source:0;} div.Section1 {page:Section1;} --> </style><!--[if gte mso 10]> <style> /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Tabela normal"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0; mso-style-noshow:yes; mso-style-parent:""; mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; mso-para-margin:0cm; mso-para-margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:10.0pt; font-family:"Times New Roman"; mso-ansi-language:#0400; mso-fareast-language:#0400; mso-bidi-language:#0400;} </style> <![endif]--> <p style="font-weight: bold;" class="MsoNormal">Certidão de Nascimento
<br /></p><p style="font-weight: bold;" class="MsoNormal">
<br /></p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal">Um buraco negro</p> <p class="MsoNormal">Noturno,</p> <p class="MsoNormal">Soturno,</p> <p class="MsoNormal">Que me toma as entranhas</p> <p class="MsoNormal">E me enche de falta...</p><p class="MsoNormal">
<br /></p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal">Não penso o que sinto</p> <p class="MsoNormal">E não sinto o que penso,</p> <p class="MsoNormal">Sou abismo em lugar nenhum,</p> <p class="MsoNormal">No mais inóspito do meu âmago...</p><p class="MsoNormal">
<br /></p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal">Minha angústia é maçante,</p> <p class="MsoNormal">E nada interessante...</p> <p class="MsoNormal">Pequena a olhares desatentos,</p> <p class="MsoNormal">Mas insuportavelmente minha...</p><p class="MsoNormal">
<br /></p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal">Não me sinto impróprio,</p> <p class="MsoNormal">Quando estou sem mim...</p> . [ v? ]http://www.blogger.com/profile/00699957615820467644noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-14170821.post-50737754053669566772008-07-16T21:29:00.000-07:002008-09-09T09:51:12.869-07:00<p style="font-weight: bold; text-align: center;font-family:arial;" class="MsoNormal"><span style="font-size:130%;">Vida adulta</span></p><p style="font-weight: bold; text-align: center;font-family:arial;" class="MsoNormal"><span style="font-size:130%;"><br /></span></p><div style="font-family: arial; text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;font-family:arial;" class="MsoNormal"><span style="font-size:130%;">O absinto, eu já não sinto<br />A poesia, perdi,<br />larguei-a por descaso<br />assim mesmo, sem querer<br />a perdi por aí...ao acaso,<br />Não sei se por amar demais,<br />Ou se por me perder em tudo o que<br />não me sou...</span></p><div style="font-family: arial; text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;font-family:arial;" class="MsoNormal"><span style="font-size:130%;">Vou me deixando aos poucos,<br />deixando meu juízo,<br />deixando minhas vontades,<br />minhas notas e vísceras...<br />meu coração e minha vez...</span></p><div style="font-family: arial; text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;font-family:arial;" class="MsoNormal"><span style="font-size:130%;">Vou me transformando lentamente<br />No copo derramado,<br />Vou me transtornando exatamente<br />Ao que me foi desejado,<br />Vou me contornando cegamente<br />Num sorriso desbundado,<br />Vou me transbordando nulamente<br />Como um segundo desperdiçado,</span></p><div style="font-family: arial; text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;font-family:arial;" class="MsoNormal"><span style="font-size:130%;">Abandono meus sonhos todos,<br />E me ponho um fim, sem fim,<br />Feneço de um eterno vir a ser,<br />Que se fez, e já não é</span></p><div style="font-family: arial; text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;font-family:arial;" class="MsoNormal"><span style="font-size:130%;">Minha humanidade,<br />não interessa mais<br />ninguém,<br />que mal fiz eu a deus?<br />Não sabia que era apenas homem?</span></p><div style="font-family: arial; text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;font-family:arial;" class="MsoNormal"><span style="font-size:130%;">Agora tudo é pronto, e letal<br />Agora tudo é ponto, e final.</span></p>. [ v? ]http://www.blogger.com/profile/00699957615820467644noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-14170821.post-61460930461656993792008-03-31T17:44:00.000-07:002008-03-31T17:46:41.575-07:00<p class="MsoNormal">De lírios à vidas breves<br /><br />Estou atado a todas as minhas palavras,<br />Não sou nada além de palavras<br />Que vacilam e perdem significado,<br />Que não são nada além do que são,<br />Quando estão sós...</p> <p class="MsoNormal"><o:p></o:p>Não sou nada além de lágrimas,<br />Já que palavra eu já nãosou,<br />Navego por um mar que eu mesmo criei<br />Me afogo e me volto a vida,<br />Constantemente, num temporal<br />Onde o mar e o choro se fundem em um só lamento,<br />Um vai e vem descontínuo,<br />Uma melancolia mórbida e amarela,</p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p><br />Vejo-me preso a sorrisos dos quais ñ pertenço,<br />E me omito,<br />Omito todo o meu ser,<br />Recolho minhas lágrimas e distribuo sorrisos polidos,<br />Acredito nas minhas mentiras,<br />E me conforto na minha eterna falta...</p> <p class="MsoNormal"><o:p></o:p>Não sou mais nada,<br />E não me prendo a nada mais...<br />Sou o delírio de quem é vivo,<br />E existe.</p>. [ v? ]http://www.blogger.com/profile/00699957615820467644noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-14170821.post-51638570412074791542008-03-31T17:11:00.000-07:002008-03-31T17:12:33.284-07:00<p class="MsoNormal">Saudade</p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p>O vazio que me habita,<br />É mais lúcido,<br />Um sonho que criei<br />Para brincar de ser feliz...</p>. [ v? ]http://www.blogger.com/profile/00699957615820467644noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14170821.post-42341850240056752142008-02-24T08:52:00.000-08:002008-02-24T08:58:46.165-08:00<div align="justify"><strong>Ser como é, amor<br /></strong><br />Deixa de lado o depois,<br />Se já foi um,<br />Agora somos dois,<br />Pra que umedecer os lábios com ilusões,<br />Se a nossa soma é cede pros corações?<br /><br />É...<br />É o amor sorrindo para o dia que já se fez,<br />Se despedindo de tudo que se desfez,<br />De todo não ou talvez,<br />A vida fez-se, sim!<br /><br />Só pertencemos a nós mesmos,<br />E o nosso desejo é uma canção,<br />Então larga esse medo, corrente,<br />Medo de dar certo é falta de querer,<br />Por que é tão triste viver,<br />Quando o amor,<br />Vira um eterno vir a ser.</div>. [ v? ]http://www.blogger.com/profile/00699957615820467644noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-14170821.post-20736796097028786192008-01-06T17:49:00.000-08:002008-01-06T17:52:08.153-08:00<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; font-weight: bold;">Transcendência dos Sentidos</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Estava ela alí sentada no bistrô a mais de duas horas. Sozinha, acompanhada apenas pelo cigarro e o café. As marcas tênues da idade lhe marcavam o sorriso,<span style=""> </span>mas os olhos pálidos ainda revelavam, profundos, a essência que lhe fora secretamente escondida com o decorrer dos anos, com o abandonar das inocências.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">A inquietude lhe tomava a respiração, desregrada ela tragava o ar que cheirava a uma solidão medida, uma solidão que só se conquista com a aceitação de sua condição humana, sua eterna finitude. Quando isso havia lhe acontecido? Quando resolveu ela, abrir mão de sua liberdade? Quando foi que se aprisionou fora de si e legitimou a morte de suas fantasias? Quando optou por sua vida tão medida? O óbvio cotidiano lhe fugira das mão, quis deixar cair. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Sua vida lhe subia aos olhos junto com a fumaça do cigarro e seu coração pintava nostalgias preto e branco. Os tiros criminosos que lhe arrancaram a ingenuidade, as flechas desferidas em seu peito, os segundos que dividem uma vida <st1:personname productid="em dois. Um" st="on">em dois. Um</st1:PersonName> tiro já lhe bastava; os outros foram o gozo sádico de quem tira o que não já não tem.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Tinham lhe tirado algo tão especial, tão seu, que ela já não sabia mais dar nome ao perdido. Com a alma nua, não sabia mais o que pensar do que fora feito de si mesma. Sua nudez de espírito lhe apavorava e confortava, era ambiguamente dolorosa e de uma vivacidade<span style=""> </span>deliciosa. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Na borra de café no final da xícara, viu sua infância. Suas fugas lúdicas tão cheias de lirismo que sua condição adulta lhe havia tomado. Tudo carecia de um conformismo difuso, de uma aceitação do que talvez nem sempre lhe fosse cabível.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Repousou o queixo na mão direita, com o braço apoiado na mesa. Assistiu a rua resplandecer. Fechou os olhos. Ouviu o universo inteiro, dentro de uma caixinha de segundos, seus olhos oceânicos despertavam e; <span style=""> </span>foi no vôo de uma pomba doente que seus lábios dilataram, e como borboletas que se espalham no erguer de um novo dia, seu sorriso se fez.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Pediu a conta ao garçom, pegou seu cachecol verde que estava ajeitado delicadamente na cadeira. Andou em direção à porta com a coragem e o choro soluçado de quem vem ao mundo... E partiu.</p> <div style="text-align: justify;"> </div>. [ v? ]http://www.blogger.com/profile/00699957615820467644noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-14170821.post-83306100938104033962007-12-09T21:12:00.000-08:002007-12-10T06:16:42.553-08:00<p class="MsoNormal"></p>Dubitativo. Com quem você anda? Como você dorme? Quando você chora? E como sorri? Será que você ama? Será que é de verdade? Quando fecha os olhos? Finge que é anjo? É feita de sonhos? Tem coração? É feita de desejos? Ou é toda razão? Quando treme a voz? Quando se apaixona? Quando vira angústia? Quando vira chuva? Será que me ouve? Será que me quer? Ou só brinca de amor? Sabe o que é dor? Será que é humana? De onde você vem? Onde está? Para onde vai? O que esconde? Foge? É real? É invenção? É filme? Ou é poesia? <br /><br />Cheiro de nunca mais houve nada igual. O amor se fez, mas eu não estava lá.<p class="MsoNormal"></p>. [ v? ]http://www.blogger.com/profile/00699957615820467644noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14170821.post-20580081509981936612007-11-23T20:37:00.000-08:002007-11-24T15:06:51.379-08:00Fez-se o verso!<br /><br />Poesia não é feita de felicidade ou tristeza,<br />poesia é feita de víceras e intensidades,<br />é feita por olhos que se espremem<br />e tentam segurar o último verbo...<br />por bocas que se calam durante o meio do verso,<br />e respirações que fazem frio na barriga, ao avesso.<br />o avesso do verso...é a veia do vento,<br />é andar entre verbos na penúltima linha,<br />tropeçar, e cair em nostalgia no último verso.. [ v? ]http://www.blogger.com/profile/00699957615820467644noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-14170821.post-10021110874336684902007-10-18T15:56:00.000-07:002007-10-18T15:58:12.475-07:00<p style="font-weight: bold; text-align: center;" class="MsoNormal"></p><p style="font-weight: bold; text-align: center;" class="MsoNormal">Meu amor, amor</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">A falta já não me faz falta,</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">No mais profundo âmago</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">De algo que já não sei se é,</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">Nem o que é...</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">O ar tem cheiro de dor e solidão</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">Quando se é estranho a si mesmo,</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">E já não existem palavras e gestos,</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">Que exprimam o que você é.</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">Dói por que não é familiar,</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">Dói por que não é...</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">O estranhamento é poesia,</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">É angústia sem nome,</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">É ser no mundo,</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">É ser mundo,</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">Imundo, </p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">Me inundo a alma,</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">De paixão e oceano,</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">Sou torrão de terra,</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">E continente...</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">Sozinho eu me encontro mais,</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">Na solidão encontro paz...</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">No violão:</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">Lágrimas em mí,</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">Chorinhos para ti,</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">É o fenecer do amor inacabável,</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">Aceitar a finitude das coisas,</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">É aceitar nossa própria finitude...</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">As luzes estroboscópicas da cidade</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">Não me dizem nada,</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">Ando sem nenhum sentido,</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">Sem ter tido...</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">Aceito minha sombra,</p><div style="text-align: center;"> </div><p style="text-align: center;" class="MsoNormal">Quando vejo que “s´agabô”.</p><p style="text-align: center;" class="MsoNormal"></p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>. [ v? ]http://www.blogger.com/profile/00699957615820467644noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14170821.post-76969773184401288332007-08-23T17:40:00.000-07:002007-08-23T18:10:15.534-07:00<span style="font-weight: bold;">Romano Pós- Moderno</span><br /><br />Oh! Romano Pós- Moderno,<br />Veste carros e consome chips,<br />Acorda cedo,<br />Tem família, casa própria,<br />rotina...<br />Trabalha para atingir,<br />o inatingível sucesso<br />No mercado da vida<br />escolhe entre milhões de possibilidades<br />nunca deixa de escolher,<br />não escolher é fenecer...<br />Sua rotina é riso,<br />A solidão sua cova,<br /><br />Oh! Romano Pós- Moderno...<br />Usa os mais caros ternos,<br />Se preenche de aparências<br />com palavras polidas<br />e sorrisos estagnados,<br />Rí do Eterno<br />filho da globalização,<br />é multi-étnico,<br />multi nacional,<br />multi funcional,<br />Mistura de Feng Shui com Fátima Bernardes<br />Amém ao Zen!<br /><br />Oh! Romano Pós- Moderno,<br />Seu coração é tão grande...<br />ecletismo e pluralismo,<br />de tudo ama um pouco,<br />não discute, goza!<br /><br />Oh! Romano Pós- Moderno,<br />suas vísceras são engrenagem,<br />o coração é de plástico,<br />cria a arte do cotidiano,<br />a anti-arte da arte<br />o anti-cotidiano é cancêr,<br />e o cancêr é arte,<br />faz arte na rua,<br />e rua na arte...<br /><br />Oh! Romano Pós- Moderno,<br />Feito de falsos sorrisos sinceros,<br />segue a risca o manual,<br />Vive de cabrestos e conquistas,<br />Num turbilhão de informações...<br /><br />Oh! Romano Pós- Moderno,<br />A vida é feita de sonhos e ironia,<br />num fio de melancolia<br />no final da poesia...<br />A vida é feita de sonhos e ironia,<br />num fio de melancolia<br />no final da poesia.... [ v? ]http://www.blogger.com/profile/00699957615820467644noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-14170821.post-1170382128351068402007-02-01T18:07:00.000-08:002007-02-01T18:23:11.490-08:00<div align="center"><strong>As Meninas do Jardim</strong></div><div align="center"></div><div align="center">As meninas do jardim,<br />Não gostam de mim,<br />Colhem suas flores, insinuantes,<br />Sorrisos nus avermelhados,<br />Riem ao léu...<br /><br />Eu que só de longe as vejo,<br />Não sei o que pensar,<br />quando de repente<br />perco-me<br />entre um ou outro passo de dança,<br />Ve-las sorrir é cair de amor<br />Pela vida... doente,<br /><br />Bárbara, Carolina e Beatriz,<br />Luiza, Mariana e Jasmins,<br />Lindas são as meninas do jardim,<br />Rosas, Margaridas e Acácias,<br />Laçam olhares,<br />E flutuam descalças,<br />Com vestidinhos carinhosos,<br />Tranças no cabelo<br />e cestas cheias de querer...<br /><br />Damas da noite e Querubins,<br />Todas minhas meninas,<br />no jardim...<br />Cheiro de orvalho e terra molhada,<br />de um nunca houve nada igual,<br />Lavam minhas lágrimas,<br />e me secam a solidão...<br /><br />de dia amantes,<br />em tarde ser completo,<br />um ano...e te ser dor, solidão<br /><br />me encho de sentido<br />quando já me tinha perdido<br />de qualquer canção<br />que encha o meu coração...<br /><br />Vem mocinha,<br />dança comigo!<br />me dá sua mão...<br /><br />Vem amor,<br />vamos encontrar<br />qualquer substância<br />que venha do coração,<br /><br />Vem meu bem,<br />embriaguemo-nos<br />de beijos e amor,<br /><br />Vem querida,<br />Por que vida boa,<br />é vida vivida,<br /><br />Vem andar comigo,<br />e dar uma agradável volta<br />pela vida um do outro...<br /><br />Me protejo do temporal,<br />Fiz uma canção só para você,<br />Meu bem, não acorde menor,<br />Não acorde triste de tempo e sol...<br /><br />Colho minhas flores com os olhos,<br />E mato minha cede com a alma...<br /><br /><br /><br /><br />Mas as meninas do Jardim,<br />não gostam de mim,<br />não gostam de mim...não gostam.<br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /></div>. [ v? ]http://www.blogger.com/profile/00699957615820467644noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-14170821.post-1165419100942511012006-12-06T07:12:00.000-08:002006-12-06T07:34:27.366-08:00<strong>Bossinha carente, de saudosa!</strong><br /><br />Ah, mas como as amo!<br />gosto de quando me desviam o olhar,<br />de quando arrumam o cabelo,<br />gosto de quando me amam,<br />ou me escarram o desdesejo,<br /><br />Ah...<br />Gosto dos seios pequenos, dos grandes,<br />dos sorrisos sinceros,<br />dos recolhidos também,<br />gosto do gosto do desejo, do tejo<br /><br />Ah, o meu senso se despede...<br />amo as namoradas,<br />as do metrô,<br />e as que dançam pela avenida,<br />as das capas das revistas,<br />as que me tocam a pele,<br /><br />Ah,<br />O gosto das que sambam por entre as ruas,<br />sem sentido, sem ter tido, nenhum sentido...<br />feitas para existirem, e virarem sonho...<br />Gosto das que foram minhas,<br />e das que ainda não,<br /><br />Gosto do cólo,<br />das mãos no meu cabelo,<br />das coxas e do sexo desvairado,<br />das mãos que se mapeiam,<br /><br />Gosto dos sonos abraçados,<br />e dos lençois que já não são beijados...<br /><br />Mas o que me encontra de amor,<br />é a nostalgia do vivido,<br />do não vivido,<br />de nunca mais...as esquecer!. [ v? ]http://www.blogger.com/profile/00699957615820467644noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-14170821.post-1161027957972395002006-10-16T12:45:00.000-07:002006-10-16T12:45:58.023-07:00<div align="center"><strong>Samba de Quarta</strong><br/></div><div align="center"><br/><br/>Esse seu ar sereno,<br/>E tuas palavras meigas,<br/>Essa sua voz pelúcia,<br/>E tua melodia de sambista,<br/><br/>Os versos são tão meus,<br/>Mas é da tua boca que brotam,<br/>Num jogo embriagado,<br/>De onde você acaba em mim,<br/><br/>Os olhos claros,<br/>Claro, desde os olhos,<br/>Com esse peito sem coração,<br/>Um já quase não humano, <br/><br/>Essa tua tristeza que me rasga,<br/>Esse teu riso que me ofusca,<br/>Poesia sem querer,<br/>De tanto querer...<br/><br/>E enquanto a outra,<br/>Me deixa só sozinho,<br/>Fala com o outro,<br/>Ama o outro...<br/><br/>Me mareja o olhar,<br/>E me faz escutar solidão,<br/>Você me pega na mão<br/>E mostra a tua canção...<br/><br/>Quero um olhar,<br/>Um abraço, um beijo...<br/>Quero a mão e o braço inteiro,<br/>Meu bem é querer...<br/><br/>Me dê mais um minuto,<br/>mais uma rima de dor,<br/>mais uma nota,<br/>mais uma chance de amor,<br/><br/>ah, se eu fosse Chico,<br/>Não seria Vinícius,<br/>Se soubesse rimar,<br/>Não seria sofrido,<br/><br/>Mas como não sou<br/>Nem Chico nem Vinícius,<br/>Embebedo meu samba,<br/>Entorpeço meus passos pela avenida,<br/><br/>Amante garoa,<br/>Amante sozinho, inho, inhozinho...<br/>Feito bossa nova e distorção,<br/>Embalando a solidão de coração,<br/><br/>Me tomo de paixão <br/>De não sei o que,<br/>Por nada de mais,<br/>Danço sozinho sem razão...<br/><br/>E fim!<br/><br/> </div>. [ v? ]http://www.blogger.com/profile/00699957615820467644noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-14170821.post-1159740679238333052006-10-01T14:36:00.000-07:002006-10-13T10:55:41.986-07:00<div align="left"><strong>Ode aos desiludidos do amor</strong><br/><br/><br/><font><font>Ah, meu amor...<br/>Hoje o dia será frio!<br/>A metereologista disse<br/>Que choverão suicidas dos edifícios!<br/>Seus pousos serão breves,<br/>As bolsas de valores quebraram,<br/>Os corações faliram...<br/><br/><br/>Aos que ficam,<br/>Restam secas lágrimas,<br/>De vazio e indiferença,<br/>Não souberam amar...<br/><br/><br/>Mas não chore, meu amor,<br/>Hoje é dia de natal,<br/>Ceias gordas acalentam,<br/>Nosso desespero,<br/><br/><br/>Os chefes de família,<br/>Desferem tiros contra o peito,<br/>Se encerraram as luzes<br/>E se acenderam os vagalumes...<br/><br/><br/>Ah meu amor, vão ficando<br/>Os desencontrados de amor,<br/>Vão morrendo os desiludidos...<br/><br/><br/>E essa garoa fina,<br/>Que me deixa tão menor,<br/>Desfaz qualquer sol de verão,<br/>E me enche de nuvens o coração,<br/><br/><br/>Mas meu amor, não se preocupe<br/>Os anos hão de passar,<br/>E as crianças vão brincar na chuva de verão,<br/>Os jovens buscarão seu amor,<br/>Os homens encontrarão sua coerência inerte...<br/><br/><br/>De Mim, pouco resta..<br/>Nada mais me resta...<br/>Um pouco do que não foi,<br/>Nostalgia do não mais,<br/><br/><br/>Num poema simples de tristinho,<br/>Me esqueço um pouco de mim,<br/>E cheio de seda e conformismo,<br/>(mentira)<br/>aceito o pouco gosto de amor,<br/>minha vida tem o tempo de um cigarro,<br/>de um câncer mal aceito,<br/>de inexatas vontades...<br/><br/><br/>Mas não se desespere, meu amor<br/>Poesia besta é feita para nada,<br/>Por nada...<br/>E hoje o dia será frio,<br/>O sol não há de arder,<br/>Choverão desiludidos dos parapeitos,<br/>E não há previsão para se amar,<br/>Onde o amor se perdeu de si mesmo,<br/>Obra de arte sem finalidade,<br/>Tão pobre de criador,<br/>E tão triste de entendimento...</span></span><br/><br/></div><br/><br/> . [ v? ]http://www.blogger.com/profile/00699957615820467644noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-14170821.post-1158716272708755462006-09-19T18:37:00.000-07:002006-09-19T18:37:52.716-07:00<div align="center"><strong>do ente<br /></strong><br />Ser é só,<br />É ser só,<br />Só é ser,<br />Por si só,<br />Só por si,<br />Si por nada,<br /><br />Nada se é,<br />Quando se é só,<br />Comboio e aliteração,<br />Só se é solidão.<br /><br />Ser doente,<br />Dormente,<br />Do ente.<br /><br /> </div>. [ v? ]http://www.blogger.com/profile/00699957615820467644noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-14170821.post-1156366737165140762006-08-23T13:56:00.000-07:002006-08-24T17:57:27.223-07:00<div align="center"><strong>Alegoria da angústia urbana sem expectativa de entendimentos</strong><br /><br />“...They call it stormy Moday, but Tuesday's just as bad</div><div align="center">They call it stormy Moday, but Tuesday's just as bad</div><div align="center">Wednesday's worse, and Thursday's also sad...”<br /><br />( call it stormy Monday, T-Bone Walker)<br /><br />Minha autopiedade me sufoca e vai esquartejando geometricamente meu corpo, e minha alma. Me tenho nulo, um não vontades, um não sonhar. Só sinto pena, tão minha. A angústia e a melancolia já quase não são, delicados fios que me passam, mas quase imperceptíveis em meio a minha solidão de alma. De minha vida, tempestade, só espero que a morte me carregue, que me leve de uma vez para o mais turvo inferno onde eu possa ser algo de mais. Do contrário, serei apenas mais algo de nada, e minha consciência se libertará, uma pluma que se perde vagarosa no abismo, se dissipa ao sopro.<br />Minha história se divide em doze entediantes compassos, o blues e a lama, a lama e a alma:<br /><br />I´ve been walking so lonely,<br />I´ve been walking so sad,<br />Oh lord, you let me down,<br />Don´t you know that i´m just a man?<br /><br />Aceito-me como sou, e pago meu preço. A normalidade é a doença do coração. Me sôo tão coerente, carente de entendimentos, humanamente atonal. Liberto-me das ciências, da metafísica, das análises (re-leituras prepotentes e pragmáticas que tão certas de suas medíocres verdades, acabam por aniquilar a arte e a singularidade da vida), me tenho por si só.<br />Olho para o relógio e são duas horas da manhã, estou milimetricamente entre o cair da noite, e a alvorada. Vou até a janela, mas antes me despeço da última gota de whisky (gosto dele todo, amargo e puro! Não gosto de gelo). Na janela termino de tragar o cigarro, sopro meu câncer por entre o ar garoado da noite. Desfaço-me do cigarro e olho a lua, tão minha, tão sua. Dos poetas é que já não é. Todos morreram, anestesiados pelo homem, morreram de esquecidos.<br />Não tardará a baterem em minha porta, de certo me levarão daqui, para algum lugar distante e confortável onde julgam ser melhor para mim, me calaram a opinião, toda a vida. Já não me importo, só quero ser só. Um sentimento amarelo me percorre, de supetão, e sinto um nó nas vísceras, minha boca se enche de mágoas e ânsia, regurgito até as tripas. Poderia ter sido o álcool, mas não foi. Grotesco, nojento, grotesco, humano. Limpo os lábios e cuspo o orgulho na sarjeta.<br />Fios dourados me anavalham e sou inteiro, encontro em mim as maiores felicidades, razões e amores. Minha consciência é estupidamente absurda, sou o ser mais coerente existente no minuto, não pertenço a tempo ou espaço. Sou eterno, mais do que nunca, me torno idéias, lirismo, notas e melodias. Mas os corações ainda são pequenos demais para entender.<br />UM, DOIS, TRÊS toques progressivos. Três estrondos me agridem, insuportavelmente longos. À porta, vieram me buscar...<br />Um, Dois, Três homens, uniformizados e irreconhecíveis. Não! Não gosto que me tomem pelo braço... Mas não reajo nem demonstro sentimento algum, minha indiferença é passional. Que me levem, aos véus celestes ou o turvo inferno.<br />Meu coração aperta, me falta ar, me deixo...Só.<br />Um, dois, três...Versos. Meus, só meus.<br /><br />Junto comigo nasce minha contradição,<br />Vida vivida, não de triste, nem de feliz,<br />Mas minha, tão minha... </div>. [ v? ]http://www.blogger.com/profile/00699957615820467644noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-14170821.post-1152590758943648202006-07-10T21:05:00.000-07:002006-07-11T10:25:25.386-07:00Vontade<br /><br />Risadas pequeninas e desinteressadas,<br />Tão sutis e desajeitadas,<br />Feitas de lábios de mel<br />e corações de eternidade,<br /><br />Algo longe do divino,<br />Longe da morte,<br />Vida desinteressadamente fascinante,<br />Plena em todas as cores,<br /><br />Memórias completas,<br />Cheias de dor e amor,<br />De dor, que ensina,<br />E de amor...que cura<br /><br />Uma vitrola empoeirada,<br />Experiente, precisa...<br />Que turva qualquer olhar,<br />Morde qualquer sorriso,<br />Triste não,<br />É puro lirismo...<br /><br />Sorrisinho sonso, comprometido<br />Cúmplice do maior dos interesses,<br />Explicitamente bajulador,<br />Feito de coisas poucas,<br />Dessas das mais bestas,<br />amor amado,<br />Que se aceita e se recebe,<br />Doce suspensão,<br />Que alivia a razão,<br /><br />Doença humana,<br />A mais humana de todas.<br /><br />E é isso que eu quero,<br />Disso que quero viver,<br />E é disso que quero morrer.. [ v? ]http://www.blogger.com/profile/00699957615820467644noreply@blogger.com7