sábado, outubro 22, 2005

Resistência

Me quizeram superficial,
como todos os demais.

Lutaram a me moldar,
e não procuraram me entender.

Meu eu não é sulficiente,
quando não se enquadra nos desejos de quem os tem.

Me quizeram sozinho, excluso,
e de vez em vez, batiam as mãos em meus ombros,
grandes gestos de amizades, sinceras.

Nunca serei igual,
Mim só pode ser eu.
Mim não quer ser que nem mais ninguem,

Me aceito como sou,
e pago meu preço,
já que tudo que sou para o julgamento dos olhos,
é mercadoria passada, incoerente às lógicas do sistema,

O mar persiste,
as ondas não param, nunca.
resistentes, crescem na tempestade.
gigantes colossais,
que se desmancham triunfantes...

A ignorância voluntária,
dos que me condenam,
tem gosto de ódio e de pena em minha boca,

E é na minha resistência que encontro forças,
nunca me serei como todos,
e não o desejo...
pelo amor que tenho ao mundo,

Minha lucidez soa incoerente demais,
para os ouvidos insanos e anestesiados.

Quero que ao menos uma vez, me deixem,
só quero ser comparado aos que já me deixaram a vida,
e quero ser deixado...
para o esquecimento,
que o tempo há de lavar,

E que os vermes comam minha carcaça,
pois para o mundo,
é tudo que pretendo deixar.


23/10/2005

Um comentário:

Anônimo disse...

Vi, seu texto está muito bonito.
Eu nem sei o q dizer...nao entendo se isso foi soh um desabafo inconsciente ou lucidez completa, absoluta e muito bem pensada.
O fato eh q nao peguei c vc estah triste, aliviado, feliz, com o coraçao pesado...
Se vc estiver bem, otimo =D
Se nao estiver, jah sabe...

Te adoro!!!!!