quinta-feira, outubro 18, 2007

Meu amor, amor

A falta já não me faz falta,

No mais profundo âmago

De algo que já não sei se é,

Nem o que é...

O ar tem cheiro de dor e solidão

Quando se é estranho a si mesmo,

E já não existem palavras e gestos,

Que exprimam o que você é.

Dói por que não é familiar,

Dói por que não é...

O estranhamento é poesia,

É angústia sem nome,

É ser no mundo,

É ser mundo,

Imundo,

Me inundo a alma,

De paixão e oceano,

Sou torrão de terra,

E continente...

Sozinho eu me encontro mais,

Na solidão encontro paz...

No violão:

Lágrimas em mí,

Chorinhos para ti,

É o fenecer do amor inacabável,

Aceitar a finitude das coisas,

É aceitar nossa própria finitude...

As luzes estroboscópicas da cidade

Não me dizem nada,

Ando sem nenhum sentido,

Sem ter tido...

Aceito minha sombra,

Quando vejo que “s´agabô”.

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