quarta-feira, julho 16, 2008

Vida adulta


O absinto, eu já não sinto
A poesia, perdi,
larguei-a por descaso
assim mesmo, sem querer
a perdi por aí...ao acaso,
Não sei se por amar demais,
Ou se por me perder em tudo o que
não me sou...

Vou me deixando aos poucos,
deixando meu juízo,
deixando minhas vontades,
minhas notas e vísceras...
meu coração e minha vez...

Vou me transformando lentamente
No copo derramado,
Vou me transtornando exatamente
Ao que me foi desejado,
Vou me contornando cegamente
Num sorriso desbundado,
Vou me transbordando nulamente
Como um segundo desperdiçado,

Abandono meus sonhos todos,
E me ponho um fim, sem fim,
Feneço de um eterno vir a ser,
Que se fez, e já não é

Minha humanidade,
não interessa mais
ninguém,
que mal fiz eu a deus?
Não sabia que era apenas homem?

Agora tudo é pronto, e letal
Agora tudo é ponto, e final.

Um comentário:

Andressa Maiochi disse...

Ah, mas é sempre um prazer ler esse blog.